A ressecção endoscópica da próstata é uma cirurgia minimamente invasiva, conhecida como RTU-P (Ressecção Transuretral da Próstata), realizada para remover partes da próstata que estejam causando obstrução urinária. Essa cirurgia é comumente indicada para pacientes com hiperplasia prostática benigna (HPB), uma condição que causa aumento da próstata e dificulta a passagem da urina pela uretra, resultando em sintomas como dificuldade para urinar, fluxo urinário fraco e necessidade frequente de urinar.
Descrição da Cirurgia de Ressecção Endoscópica da Próstata (RTU-P)
A RTU-P é realizada com um instrumento chamado ressectoscópio, que é inserido através da uretra (o canal pelo qual a urina passa). A cirurgia é feita com as seguintes etapas:
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Anestesia e Preparação: O paciente recebe anestesia, que pode ser geral ou raquidiana (anestesia na coluna), para bloquear a dor e relaxar a musculatura pélvica.
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Inserção do Ressectoscópio: O ressectoscópio é um tubo fino que possui uma câmera e uma alça de ressecção, normalmente feita de um fio de metal através do qual passa corrente elétrica. Este instrumento é introduzido pela uretra até a próstata.
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Ressecção do Tejido Prostático: O cirurgião utiliza a alça do ressectoscópio para "raspar" as partes internas da próstata que estão obstruindo a uretra. Essa alça passa uma corrente elétrica que cauteriza o tecido e controla o sangramento ao mesmo tempo que corta.
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Lavagem e Remoção dos Fragmentos: Fragmentos do tecido prostático removido são aspirados ou eliminados através do ressectoscópio e enviados para análise patológica, caso necessário. A área é irrigada continuamente para limpar o campo visual e garantir que o procedimento esteja sendo realizado de forma segura.
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Finalização e Colocação de Cateter: Ao final da cirurgia, um cateter é colocado na uretra para drenar a urina e manter a área limpa. Esse cateter geralmente é removido após alguns dias, permitindo que a área cicatrize e a função urinária se normalize.
Explicação Anatômica da Cirurgia
A próstata é uma glândula que circunda a uretra logo abaixo da bexiga. Com o aumento da próstata (hiperplasia benigna), a glândula comprime a uretra, dificultando a passagem da urina. Na RTU-P, remove-se uma parte do tecido prostático central para ampliar o canal uretral e permitir que a urina flua livremente. A técnica é especialmente vantajosa porque permite o acesso direto e imediato à próstata através da uretra, sem necessidade de incisões externas.
História e Evolução da Ressecção Endoscópica da Próstata
Primeiras Abordagens (Início do Século XX)
As primeiras cirurgias para o tratamento da hiperplasia prostática benigna eram feitas com técnicas abertas, como a prostatectomia suprapúbica ou retropúbica, que exigiam grandes incisões para alcançar a próstata. Essas técnicas, embora eficazes, eram altamente invasivas e resultavam em recuperação longa e riscos significativos de infecção e hemorragia.
Década de 1930 – Desenvolvimento da RTU-P
A ressecção transuretral da próstata começou a se desenvolver na década de 1930, quando o médico alemão Max Stern introduziu o primeiro ressectoscópio, um instrumento que revolucionou o tratamento da hiperplasia prostática. O método utilizava uma corrente elétrica para cortar o tecido prostático, reduzindo drasticamente o tempo de recuperação e as complicações associadas às cirurgias abertas.
Décadas de 1960 a 1980 – Aperfeiçoamento da Técnica e Equipamentos
Nas décadas seguintes, a RTU-P continuou a evoluir. Melhorias no ressectoscópio e na capacidade de visualização permitiram uma ressecção mais precisa e segura. Além disso, o uso de soluções de irrigação não condutivas reduziu o risco de complicações associadas à eletricidade e aos líquidos utilizados.
Décadas de 1990 e 2000 – Novas Alternativas Minimante Invasivas
Com o avanço da tecnologia, surgiram novas técnicas menos invasivas, como a vaporização por laser (exemplo: GreenLight Laser) e a enucleação com laser Holmium, que utilizam laser para remover ou vaporizar o tecido prostático. Essas abordagens resultam em menos sangramento e possibilitam uma recuperação mais rápida para os pacientes.
Dias Atuais – Evolução Robótica e Técnicas Avançadas
Atualmente, a RTU-P é uma cirurgia segura e amplamente realizada, sendo considerada o "padrão ouro" para o tratamento de hiperplasia prostática benigna em muitos casos. Porém, para próstatas muito grandes ou em situações específicas, outras técnicas, como a enucleação robótica e as abordagens com laser, podem ser mais indicadas. A evolução da cirurgia robótica permitiu uma precisão ainda maior, com visualização tridimensional e controle fino dos movimentos do cirurgião.
Vantagens e Desafios Atuais
As principais vantagens da RTU-P incluem uma recuperação mais rápida e menor risco de infecções e complicações em comparação às cirurgias abertas. No entanto, a técnica exige treinamento especializado, e o uso de energia elétrica em áreas sensíveis, como a próstata, requer cuidado para evitar complicações, como a síndrome de ressecção transuretral (causada pela absorção de líquidos durante a cirurgia).
Resumo da Evolução
Desde as primeiras cirurgias abertas até as técnicas avançadas com laser e robótica, a RTU-P passou por uma significativa evolução. Hoje, oferece uma alternativa minimamente invasiva, com grande eficácia no alívio dos sintomas da hiperplasia prostática e preservação da qualidade de vida. A contínua pesquisa em tecnologia médica contribui para tornar esse procedimento ainda mais seguro e menos invasivo, com resultados satisfatórios para milhões de pacientes em todo o mundo.
O que preparar para a cirurgia de Ressecção Endoscópica da Próstata?








Fotos da cirurgia:
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