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O que é Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica - HIPEC?

O que é Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica - HIPEC?

A Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) é uma técnica terapêutica avançada utilizada no tratamento de cânceres que se disseminam pela cavidade abdominal, como os cânceres de ovário, colorretal e peritoneal. Trata-se de um procedimento realizado em conjunto com a cirurgia citorredutora, que é a remoção de todo o tumor visível do abdômen. Após a remoção cirúrgica dos tumores, a cavidade abdominal é preenchida com uma solução de quimioterápicos aquecidos a aproximadamente 41-43°C, que é circulada por um período de 30 a 90 minutos, diretamente no local da cirurgia. Isso maximiza o contato dos quimioterápicos com as células cancerosas residuais, aumentando a eficácia da terapia e minimizando os efeitos sistêmicos da quimioterapia convencional.

Diferenciais da HIPEC na Cirurgia

  1. Aplicação Localizada e Controlada: A HIPEC permite que a quimioterapia seja aplicada diretamente na cavidade abdominal (intraperitoneal), em vez de ser administrada por via intravenosa (sistêmica). Isso maximiza a concentração da droga no local desejado, aumentando sua eficácia contra células tumorais que possam ter restado após a cirurgia.

  2. Efeito Potenciado pelo Calor: A quimioterapia é aquecida, o que melhora a penetração dos quimioterápicos nos tecidos e aumenta a destruição de células cancerosas. O calor também tem efeito citotóxico (mata células) diretamente nas células tumorais, e potencializa o efeito das drogas, tornando-as mais eficientes no combate ao câncer.

  3. Minimização de Efeitos Colaterais Sistêmicos: Como o tratamento é concentrado na cavidade peritoneal, a quimioterapia em altas doses é limitada à área abdominal, o que reduz os efeitos colaterais sistêmicos (como a toxicidade hematológica e imunológica) normalmente associados à quimioterapia intravenosa.

  4. Eficácia em Cânceres Avançados: A HIPEC é utilizada principalmente em pacientes com carcinomatose peritoneal, ou seja, quando o câncer já se espalhou por toda a cavidade abdominal. É especialmente eficaz quando o tumor foi amplamente removido pela cirurgia citorredutora, mas pequenas células cancerosas invisíveis ainda podem estar presentes.

Como a HIPEC é Realizada

  1. Cirurgia Citorredutora: Primeiro, o cirurgião realiza uma laparotomia exploradora para acessar a cavidade abdominal e remove o máximo possível de tumores visíveis. Este processo é conhecido como cirurgia citorredutora, e pode envolver a remoção de porções do intestino, omento, estômago, baço e outros órgãos afetados.

  2. Perfusão com Quimioterápicos Aquecidos: Após a remoção dos tumores visíveis, a cavidade abdominal é fechada parcialmente e, então, uma solução de quimioterapia aquecida é circulada pela cavidade abdominal através de tubos conectados a uma máquina de perfusão. A temperatura da solução é monitorada constantemente, garantindo que ela permaneça entre 41°C e 43°C.

  3. Duração do Tratamento: A solução quimioterápica aquecida é circulada por 30 a 90 minutos, o que garante a penetração adequada da droga nos tecidos abdominais e a destruição de células cancerosas microscópicas. Após o período de perfusão, a solução é drenada e o procedimento cirúrgico é finalizado.

História e Evolução da HIPEC

A origem da Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica remonta à década de 1980, quando o cirurgião Dr. Paul H. Sugarbaker, nos Estados Unidos, desenvolveu a técnica com o objetivo de tratar pacientes com carcinomatose peritoneal (câncer espalhado pelo peritônio, o revestimento da cavidade abdominal). Ele combinou a cirurgia citorredutora com a aplicação de quimioterápicos aquecidos diretamente na cavidade peritoneal. Esse método, também conhecido como "procedimento de Sugarbaker", foi pioneiro no conceito de usar quimioterapia localizada e aquecida para tratar cânceres avançados do peritônio.

A primeira cirurgia de HIPEC foi realizada no final dos anos 1980, e desde então, a técnica tem sido refinada. O Dr. Sugarbaker foi o primeiro a estabelecer a abordagem com sucesso clínico, e seu trabalho revolucionou o tratamento de pacientes com carcinomatose, que antes tinham poucas opções terapêuticas e um prognóstico reservado.

Avanços Recentes

Desde então, a HIPEC se tornou uma prática comum em centros de tratamento de câncer ao redor do mundo. Avanços na tecnologia de perfusão e controle de temperatura, bem como melhorias nos medicamentos quimioterápicos, permitiram que o procedimento se tornasse mais eficaz e seguro. Hoje, a HIPEC é considerada o padrão-ouro para pacientes selecionados com carcinomatose peritoneal de origem gastrointestinal ou ginecológica, especialmente quando combinada com a cirurgia citorredutora completa.

Conclusão

A Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) é uma inovação no tratamento de cânceres abdominais, combinando os benefícios da cirurgia citorredutora com a quimioterapia localizada e aquecida. Seu diferencial está na capacidade de fornecer uma dose alta de quimioterápicos diretamente na cavidade abdominal, com menor toxicidade sistêmica e um efeito potencializado pelo calor. A técnica, desenvolvida por Dr. Paul H. Sugarbaker nos anos 1980, continua a ser uma importante abordagem terapêutica para pacientes com câncer avançado do peritônio, proporcionando melhores taxas de sobrevivência e controle da doença.

Como é realizada a cirurgia de Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC)?

A cirurgia de Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) é um procedimento complexo que combina duas etapas principais: a cirurgia citorredutora (remoção dos tumores visíveis) e a administração de quimioterapia aquecida diretamente na cavidade abdominal (intraperitoneal). É utilizada para tratar cânceres que se disseminaram pelo peritônio, como câncer colorretal, de ovário, gástrico e mesotelioma peritoneal.

Etapas da Cirurgia de HIPEC

1. Cirurgia Citorredutora

A primeira fase do procedimento envolve a remoção cirúrgica de todo o tecido tumoral visível na cavidade abdominal. Esse processo é chamado de cirurgia citorredutora, e o objetivo é eliminar ao máximo as massas tumorais para que a quimioterapia posterior seja mais eficaz em atacar as células cancerosas restantes. A citorredução pode incluir:

  • Ressecção de órgãos: Partes do intestino, estômago, fígado, baço, peritônio, e outros órgãos ou tecidos afetados podem ser removidos.

  • Dissecção de nódulos linfáticos: Dependendo da localização dos tumores, linfonodos próximos também podem ser removidos.

O grau de citorredução depende da extensão do câncer, e a remoção precisa ser tão completa quanto possível, pois a eficácia da HIPEC é maior quando restam poucos ou nenhum tumor visível.

2. Preparação para a HIPEC

Após a citorredução, inicia-se a preparação para a fase de quimioterapia hipertérmica. Essa etapa inclui:

  • Fechamento temporário da cavidade abdominal: A cavidade abdominal é fechada parcialmente, mas tubos (cateteres) são inseridos para permitir a circulação da solução de quimioterapia aquecida.

  • Instalação da máquina de perfusão: O sistema de perfusão é conectado, consistindo de tubos para entrada e saída da solução quimioterápica aquecida, e uma bomba que garante a circulação constante da solução na cavidade peritoneal.

3. Administração da Quimioterapia Hipertérmica

Com a cavidade abdominal parcialmente fechada e a perfusão pronta, inicia-se a fase de HIPEC:

  • Introdução da solução de quimioterapia: Uma solução contendo quimioterápicos (geralmente drogas como cisplatina, mitomicina C ou oxaliplatina) é aquecida a uma temperatura entre 41°C e 43°C. O calor aumenta a eficácia do tratamento, pois melhora a penetração do medicamento nos tecidos e tem um efeito direto de matar as células tumorais.

  • Circulação da solução: A solução aquecida é circulada continuamente pela cavidade abdominal através dos cateteres. A máquina de perfusão mantém a temperatura estável e garante que a solução se mova de maneira uniforme por toda a cavidade, atingindo qualquer célula cancerosa residual. Esse processo dura de 30 a 90 minutos, dependendo do tipo de câncer e da droga utilizada.

  • Monitoramento: Durante a perfusão, a equipe cirúrgica monitora de perto a temperatura, a circulação da solução e a condição geral do paciente para garantir que o procedimento seja seguro e eficaz.

4. Drenagem da Solução e Fechamento Final

Após o período de perfusão, a solução quimioterápica é drenada da cavidade abdominal, e os cateteres são removidos. A equipe cirúrgica então realiza o fechamento final da incisão abdominal de forma convencional.

5. Recuperação Pós-operatória

Após o procedimento de HIPEC, o paciente é encaminhado para uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou uma sala de recuperação, onde é monitorado de perto. A recuperação envolve:

  • Monitoramento de funções vitais e recuperação pós-cirúrgica: Como em qualquer cirurgia abdominal de grande porte, o paciente pode sentir dor e terá uma recuperação gradual nas semanas seguintes.

  • Avaliação de toxicidade: Embora a HIPEC tenha menos efeitos colaterais sistêmicos em comparação à quimioterapia intravenosa, o paciente ainda pode apresentar efeitos adversos relacionados à quimioterapia, como febre, cansaço, alterações hematológicas, etc.

Vantagens da HIPEC

  • Alta concentração de quimioterápicos na cavidade abdominal: A HIPEC permite que a quimioterapia seja aplicada diretamente onde as células cancerosas estão mais concentradas, aumentando sua eficácia em relação à quimioterapia intravenosa convencional.

  • Redução dos efeitos sistêmicos: Como a quimioterapia é aplicada diretamente na cavidade abdominal, uma dose alta de medicamento pode ser usada sem os efeitos colaterais sistêmicos significativos que acompanham a quimioterapia intravenosa.

  • Efeito potenciado pelo calor: O calor melhora a penetração dos quimioterápicos nos tecidos e aumenta a destruição das células tumorais, potencializando o efeito do tratamento.

Histórico e Primeira Cirurgia HIPEC

A técnica de HIPEC foi introduzida no final dos anos 1980 pelo cirurgião oncologista Dr. Paul H. Sugarbaker. Ele foi o pioneiro na combinação da cirurgia citorredutora com a perfusão de quimioterapia hipertérmica, visando tratar carcinomatose peritoneal, uma condição em que o câncer se espalha amplamente pela cavidade abdominal.

A primeira cirurgia de HIPEC realizada por Dr. Sugarbaker representou um avanço significativo para o tratamento de cânceres abdominais disseminados, que antes eram considerados praticamente intratáveis. Seu trabalho inovador possibilitou melhores taxas de sobrevida para pacientes que, de outra forma, teriam um prognóstico bastante reservado.

Conclusão

A cirurgia de Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) é um procedimento avançado e multidisciplinar, combinando a remoção cirúrgica de tumores com a aplicação de quimioterapia aquecida diretamente na cavidade abdominal. Esse procedimento oferece benefícios significativos para pacientes com cânceres avançados disseminados no peritônio, especialmente quando realizada em centros especializados e em pacientes cuidadosamente selecionados.

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