
Punção Veia Periférica
Punção de Veia Periférica em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos contra Infecção
A punção de veia periférica é um procedimento médico comum realizado para estabelecer acesso venoso em pacientes, especialmente durante cirurgias. Esse acesso permite a administração de fluidos, medicamentos, transfusões sanguíneas e coleta de amostras sanguíneas para exames laboratoriais.
Descrição da Punção de Veia Periférica
A punção de veia periférica envolve a inserção de uma agulha em uma veia localizada na periferia do corpo, geralmente nos membros superiores, como a mão, antebraço ou braço. Durante cirurgias, esse acesso é crucial para monitoramento contínuo e intervenção rápida em caso de necessidade.
Como a Punção de Veia Periférica é Realizada
O procedimento de punção de veia periférica segue etapas específicas para garantir eficácia e segurança:
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Preparação do Paciente e Materiais:
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Consentimento Informado: Sempre que possível, obter o consentimento do paciente.
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Materiais Necessários: Agulha estéril (geralmente calibre 18-22G), cateter venoso periférico, antisséptico (como clorexidina ou álcool 70%), gaze estéril, esparadrapo ou curativo adesivo, luvas estéreis e um torniquete.
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Higiene das Mãos e Uso de Equipamentos de Proteção:
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Lavar as mãos adequadamente e utilizar luvas estéreis para prevenir infecções.
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Seleção da Veia:
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Preferencialmente veias acessíveis e de fácil palpação, geralmente no dorso da mão ou no antebraço.
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Evitar áreas com sinais de inflamação, cicatrizes ou hematomas.
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Aplicação do Torniquete:
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Posicionar o torniquete acima do local escolhido para dilatar a veia e facilitar a visualização e palpação.
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Assepsia da Área:
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Limpar a área com antisséptico em movimentos circulares de dentro para fora, deixando secar naturalmente para maximizar a eficácia antimicrobiana.
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Inserção da Agulha:
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Inclinar o paciente de forma a facilitar a extensão da veia.
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Inserir a agulha em um ângulo de aproximadamente 15-30 graus em relação à pele, seguindo a direção da veia.
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Confirmar a presença de retorno sanguíneo no dispositivo de coleta.
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Fixação do Cateter:
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Uma vez confirmada a posição correta, avançar o cateter sobre a agulha na veia.
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Remover a agulha com cuidado e fixar o cateter no local com esparadrapo ou curativo adesivo, evitando movimentação excessiva.
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Conexão e Verificação:
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Conectar o cateter ao sistema de infusão ou dispositivo necessário e verificar a permeabilidade do acesso.
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Cuidados Preventivos Contra Infecção na Punção de Veia Periférica
A prevenção de infecções relacionadas à punção venosa é essencial para garantir a segurança do paciente. As principais medidas incluem:
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Asepsia Rigorosa:
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Higienização das Mãos: Lavagem adequada das mãos antes e após o procedimento.
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Uso de Luvas Estéreis: Minimizar o risco de contaminação cruzada.
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Desinfecção Adequada da Pele:
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Utilizar antissépticos eficazes, como clorexidina a 2% em álcool 70%, para limpar a área de inserção.
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Permitir que a área seque completamente antes da inserção da agulha.
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Uso de Materiais Estéreis:
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Garantir que todos os materiais utilizados sejam estéreis e descartáveis.
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Técnica Asséptica na Inserção:
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Evitar tocar a agulha ou o cateter com as mãos ou com partes não estéreis do corpo durante o procedimento.
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Fixação Adequada do Cateter:
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Utilizar dispositivos de fixação apropriados para prevenir deslocamentos e minimizar a entrada de microrganismos.
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Troca Regular do Curativo:
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Substituir o curativo conforme protocolo institucional ou sempre que estiver sujo ou molhado.
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Utilizar técnica asséptica durante a troca.
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Monitoramento Contínuo:
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Inspecionar regularmente o local de punção para sinais de infecção, como vermelhidão, calor, inchaço ou secreção.
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Remover o acesso venoso assim que não for mais necessário para reduzir riscos.
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Educação e Treinamento da Equipe:
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Garantir que todos os profissionais de saúde envolvidos no procedimento estejam treinados nas melhores práticas de prevenção de infecções.
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Uso de Antissépticos de Longa Duração:
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Considerar o uso de curativos impregnados com agentes antimicrobianos para reduzir o risco de infecção.
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Conclusão
A punção de veia periférica é uma técnica fundamental em ambientes cirúrgicos, permitindo intervenções rápidas e eficientes. A observância rigorosa das práticas de assepsia e os cuidados preventivos contra infecção são essenciais para garantir a segurança do paciente e o sucesso do procedimento. A adoção de protocolos padronizados e a capacitação contínua da equipe de saúde são pilares para minimizar complicações associadas ao acesso venoso periférico.
Intubação Orotraqueal
Intubação Orotraqueal em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados
A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento crítico utilizado em cirurgias para garantir a permeabilidade das vias aéreas e permitir ventilação mecânica adequada. Durante a intubação orotraqueal, um tubo é inserido pela boca até a traqueia, permitindo que os pulmões sejam ventilados de forma controlada, especialmente em situações onde a respiração espontânea está comprometida, como anestesia geral.
Descrição da Intubação Orotraqueal
Esse procedimento é feito em diversas circunstâncias clínicas, incluindo:
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Cirurgias sob anestesia geral, onde a capacidade de respirar espontaneamente é suprimida.
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Emergências médicas, como trauma ou parada cardiorrespiratória, onde a ventilação está comprometida.
O objetivo é manter a via aérea patente, assegurar a ventilação adequada e prevenir a aspiração de secreções ou conteúdo gástrico.
Como a Intubação Orotraqueal é Realizada
O processo de intubação orotraqueal segue etapas rigorosas para garantir a segurança e a eficácia:
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Preparação do Paciente:
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O paciente deve estar em uma posição adequada, geralmente com o pescoço estendido e a cabeça levemente inclinada para trás ("posição de cheirar o céu"), a fim de alinhar os eixos oral, faríngeo e laríngeo.
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A administração de sedativos e bloqueadores neuromusculares é realizada para garantir que o paciente não esteja consciente e que os músculos respiratórios estejam relaxados.
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Material Necessário:
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Tubo endotraqueal (de acordo com o tamanho do paciente).
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Laringoscópio (dispositivo com lâmina e luz para visualização das cordas vocais).
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Seringa para inflar o balonete do tubo endotraqueal.
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Estetoscópio, para verificação da posição correta do tubo.
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Fonte de oxigênio e ventilador mecânico.
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Dispositivos auxiliares em caso de dificuldade, como videolaringoscópio ou buggie.
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Visualização e Inserção do Tubo Endotraqueal:
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Com o laringoscópio, o profissional de saúde levanta a língua e o epiglote para visualizar as cordas vocais.
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O tubo endotraqueal é inserido cuidadosamente através das cordas vocais até a traqueia.
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Uma vez inserido, o balonete (um pequeno "balão" no final do tubo) é inflado para manter o tubo fixo e evitar aspirações.
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Confirmação da Posição do Tubo:
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Após a inserção, a posição do tubo é verificada através de métodos como:
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Ausculta torácica e abdominal: Para assegurar que o ar esteja entrando de forma correta nos pulmões.
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Capnografia: Verifica a presença de dióxido de carbono expirado, confirmando a posição correta na traqueia.
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Radiografia de tórax: Pode ser usada para confirmar a localização do tubo, especialmente em situações críticas.
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Fixação do Tubo:
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O tubo endotraqueal é fixado para evitar deslocamentos durante o procedimento cirúrgico.
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Cuidados com a Intubação Orotraqueal
Alguns cuidados são essenciais para evitar complicações associadas à intubação:
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Assepsia:
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Utilização de técnicas assépticas para minimizar o risco de infecções respiratórias.
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Verificação Periódica da Posição:
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Monitoramento contínuo para garantir que o tubo não tenha se deslocado (deslocamentos podem levar à intubação esofágica acidental, hipoxia ou até lesões pulmonares).
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Manutenção da Pressão do Balonete:
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A pressão do balonete deve ser monitorada para evitar lesões na traqueia (excesso de pressão pode causar isquemia da mucosa traqueal).
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Monitoramento Respiratório:
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Monitorização constante da ventilação e dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue do paciente, utilizando capnografia e oximetria.
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Prevenção de Lesões Traqueais:
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Evitar manipulação excessiva ou prolongada da via aérea para prevenir lesões.
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Intubação Difícil e Dispositivos Auxiliares
A intubação difícil ocorre quando, mesmo com as técnicas adequadas, a visualização das cordas vocais ou a inserção do tubo na traqueia se torna complicada, o que pode acontecer devido a fatores anatômicos, como obesidade, pescoço curto, ou traumas. Nesses casos, alguns dispositivos auxiliares são utilizados:
1. Videolaringoscópio
O videolaringoscópio é um dispositivo avançado utilizado para facilitar a intubação difícil, oferecendo uma visão clara das vias aéreas e das cordas vocais por meio de uma câmera conectada à lâmina do laringoscópio. A imagem é exibida em uma tela, permitindo melhor visualização em casos de difícil acesso.
Vantagens do Videolaringoscópio:
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Fornece uma visão direta da laringe e das cordas vocais, mesmo em situações onde a anatomia do paciente dificulta o uso de um laringoscópio tradicional.
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Aumenta a taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação.
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Diminui o risco de lesões na via aérea.
Quando Usar:
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Situações de intubação difícil (pacientes com traumas faciais, pescoço curto, obesidade, entre outros).
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Pacientes com histórico de intubação complicada em procedimentos anteriores.
2. Buggie (Estilete de Buggie)
O buggie, também conhecido como estilete ou guia elástico, é um dispositivo flexível utilizado para auxiliar na inserção do tubo endotraqueal em casos de visualização incompleta das cordas vocais. Ele é inserido primeiro na traqueia, servindo como guia para o tubo endotraqueal.
Vantagens do Buggie:
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Útil em situações em que as cordas vocais não podem ser completamente visualizadas.
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Proporciona um guia firme e flexível que ajuda a direcionar o tubo endotraqueal para a traqueia.
Como Funciona:
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O buggie é inserido através das cordas vocais, com sua ponta distal sendo desenhada para "sentir" os anéis traqueais.
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Uma vez posicionado corretamente, o tubo endotraqueal é deslizado sobre o buggie e inserido na traqueia.
Quando Usar:
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Quando há visualização parcial das cordas vocais.
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Como método auxiliar em intubações difíceis para guiar a inserção do tubo endotraqueal.
Conclusão
A intubação orotraqueal é um procedimento essencial em cirurgias para manter a ventilação adequada e proteger as vias aéreas. Em casos de intubação difícil, dispositivos como o videolaringoscópio e o buggie desempenham um papel vital, oferecendo alternativas seguras e eficazes para alcançar o sucesso do procedimento, minimizando o risco de complicações.


Punção Arterial Média - PAM
Punção Arterial Média (PAM) em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos
A Punção Arterial Média (PAM) é um procedimento utilizado em cirurgias e em cuidados intensivos para medir, em tempo real, a pressão arterial invasiva e fornecer acesso arterial para colheita de amostras de sangue arterial, como para análises de gases sanguíneos. A pressão arterial média (PAM) é uma métrica importante que reflete a perfusão dos órgãos, e seu monitoramento é essencial em pacientes críticos e durante procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.
Descrição da Punção Arterial Média (PAM)
A pressão arterial média (PAM) é um valor que representa a pressão média nas artérias durante um ciclo cardíaco completo. É calculada a partir da pressão arterial sistólica e diastólica, com a seguinte fórmula aproximada:
PAM=PAD+(PAS−PAD)3\text{PAM} = \text{PAD} + \frac{(\text{PAS} - \text{PAD})}{3}PAM=PAD+3(PAS−PAD)
Onde:
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PAD é a pressão arterial diastólica.
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PAS é a pressão arterial sistólica.
O objetivo da punção arterial em cirurgias é permitir o monitoramento contínuo e invasivo da pressão arterial, o que é mais preciso do que os métodos não invasivos (como o manguito de pressão). Esse monitoramento ajuda na tomada de decisões intraoperatórias, como o ajuste de medicamentos vasoativos, que afetam a pressão arterial.
Como a Punção Arterial é Realizada
O procedimento de punção arterial é realizado por profissionais habilitados, geralmente anestesistas ou intensivistas, utilizando uma técnica estéril para minimizar o risco de infecções. O acesso arterial é geralmente feito em artérias de fácil localização e que permitam uma punção segura e monitoramento contínuo, como:
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Artéria radial (local mais comum).
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Artéria femoral.
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Artéria braquial.
Etapas do Procedimento de Punção Arterial
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Identificação da Artéria:
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A artéria radial é a escolha mais comum. O local da punção é geralmente no pulso, onde a artéria radial corre próxima à superfície.
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Em alguns casos, a artéria femoral ou braquial pode ser utilizada, dependendo do estado do paciente ou da dificuldade de acesso.
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Preparação Estéril:
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O local da punção é limpo com uma solução antisséptica, como clorexidina ou álcool iodado.
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As mãos do profissional e todos os instrumentos utilizados devem estar esterilizados, e o uso de luvas, campos cirúrgicos estéreis e aventais é obrigatório.
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Anestesia Local (Opcional):
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Uma pequena quantidade de anestésico local pode ser injetada na área de inserção para minimizar o desconforto, embora o procedimento seja rápido e muitas vezes realizado sem anestesia.
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Punção Arterial:
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Utilizando uma agulha fina e especial para punção arterial, o médico insere a agulha na artéria escolhida. Após a identificação da artéria, uma cânula (cateter arterial) é inserida, e a agulha guia é removida, deixando o cateter no interior da artéria.
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A confirmação da punção é feita pela visualização de fluxo pulsátil de sangue arterial no tubo da seringa, característico da alta pressão arterial.
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Conexão ao Transdutor de Pressão:
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O cateter arterial é então conectado a um sistema de transdutor de pressão, que transforma as variações de pressão dentro da artéria em sinais elétricos, transmitidos a um monitor.
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Este monitor exibe valores contínuos de pressão arterial (sistólica, diastólica e média), permitindo o acompanhamento em tempo real da hemodinâmica do paciente.
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Fixação do Cateter:
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O cateter é fixado ao local da punção com curativo estéril e seguro para evitar deslocamento ou contaminação.
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O cateter também pode ser conectado a uma linha de solução salina heparinizada, para manter o sistema patente e prevenir coágulos.
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Cuidados Contra Infecção na Punção Arterial
Como qualquer acesso invasivo, a punção arterial está associada ao risco de infecções. Algumas estratégias são essenciais para minimizar esse risco:
1. Técnica Asséptica
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Utilizar uma técnica rigorosamente estéril é fundamental. Isso inclui o uso de luvas estéreis, campo estéril, seringas e cateteres estéreis.
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A antissepsia adequada da pele no local da punção com clorexidina ou outro antisséptico é obrigatória.
2. Monitoramento do Local da Punção
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O local da inserção do cateter arterial deve ser monitorado regularmente quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor, secreção ou calor local.
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A troca do curativo deve ser feita com técnica estéril sempre que necessário (se sujo ou molhado) e de acordo com os protocolos hospitalares.
3. Manutenção de Linha Fechada
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As linhas de pressão conectadas ao cateter arterial devem permanecer em sistema fechado para evitar contaminação. Manter a linha de solução heparinizada é essencial para evitar oclusão do cateter, mas deve-se garantir que não haja desconexão inadvertida do sistema.
4. Higiene das Mãos
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A higiene das mãos é uma das medidas mais eficazes na prevenção de infecções. Deve ser feita antes e após o manuseio do cateter arterial.
5. Troca Periódica do Cateter
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Embora o cateter arterial possa permanecer por alguns dias, ele deve ser substituído periodicamente para minimizar o risco de infecção, de acordo com os protocolos hospitalares.
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Em geral, se houver sinais de infecção, a remoção do cateter é imediata, e medidas terapêuticas, como antibióticos, são consideradas.
6. Limpeza e Esterilização dos Equipamentos
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Os sistemas de monitoramento (transdutores e monitores) devem ser limpos e esterilizados entre os pacientes, e todos os dispositivos devem ser manipulados de maneira higiênica.
Complicações Possíveis da Punção Arterial
Além das infecções, outras complicações associadas à punção arterial podem incluir:
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Hematoma: Acúmulo de sangue no local da punção, especialmente se houver falha no controle da hemostasia ou se a artéria for lesionada durante a punção.
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Trombose Arterial: A formação de coágulos pode ocorrer no cateter, bloqueando o fluxo sanguíneo na artéria. O uso de soluções heparinizadas ajuda a prevenir essa complicação.
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Isquemia: Em casos raros, pode ocorrer diminuição do fluxo sanguíneo para a extremidade se o cateter bloquear o fluxo arterial ou se houver trombose.
Conclusão
A punção arterial média (PAM) é um procedimento essencial em cirurgias e cuidados críticos para o monitoramento contínuo da pressão arterial invasiva. Embora seja um procedimento relativamente simples, é crucial seguir técnicas assépticas rigorosas para prevenir infecções e outras complicações. O acompanhamento contínuo do local de inserção e a manutenção adequada do sistema são fundamentais para garantir a segurança do paciente.

Cateter Vesical de Demora
Cateter Vesical de Demora em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos
O cateter vesical de demora, também chamado de cateter de Foley, é um tubo flexível inserido na uretra até a bexiga para drenar a urina de maneira contínua. Esse tipo de cateter é utilizado em procedimentos cirúrgicos ou em pacientes que necessitam de controle do esvaziamento vesical por um período prolongado.
Descrição do Cateter Vesical de Demora
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Indicações:
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Durante cirurgias longas, para monitorar a diurese do paciente.
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Em situações em que o paciente não pode urinar espontaneamente (por exemplo, após anestesia geral).
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Em pacientes com retenção urinária aguda ou crônica.
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Em casos de monitoramento rigoroso do balanço hídrico no pós-operatório.
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Como o Cateter Vesical de Demora é Inserido
O procedimento de inserção de um cateter vesical de demora envolve várias etapas para garantir a segurança do paciente e prevenir infecções:
1. Preparação e Materiais Necessários
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Materiais: Cateter de Foley do tamanho adequado (geralmente entre 14-18 Fr para adultos), luvas estéreis, solução antisséptica (como clorexidina), lubrificante hidrossolúvel, seringa para inflar o balonete com água estéril, bolsa coletora de urina estéril e gazes estéreis.
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Higiene das mãos e assepsia: Lavar as mãos adequadamente e utilizar luvas estéreis para evitar contaminação.
2. Posicionamento do Paciente
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O paciente deve estar deitado em posição dorsal, com as pernas ligeiramente afastadas para facilitar o acesso à área genital.
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Para mulheres, a região púbica e os lábios vaginais são expostos suavemente.
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Para homens, o pênis é segurado em posição perpendicular ao corpo para facilitar a visualização da uretra.
3. Antissepsia
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A área genital é limpa com uma solução antisséptica em movimentos circulares de dentro para fora, assegurando que toda a área da uretra seja higienizada.
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Permitir que a área seque naturalmente.
4. Lubrificação e Inserção do Cateter
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O cateter vesical de Foley é lubrificado na ponta para facilitar a inserção e minimizar o desconforto.
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Para homens, o cateter é inserido com o pênis em posição ereta e para mulheres, os lábios são separados para visualizar a uretra.
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O cateter é inserido suavemente até que a urina comece a fluir, indicando que a bexiga foi alcançada.
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Após o fluxo de urina, o balonete na extremidade do cateter é inflado com água estéril para manter o cateter no lugar dentro da bexiga.
5. Fixação e Conexão da Bolsa Coletora
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O cateter é então conectado à bolsa coletora de urina e fixado à perna ou abdome do paciente, para evitar movimentos que possam causar desconforto ou deslocamento.
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A bolsa coletora é posicionada abaixo do nível da bexiga para permitir o esvaziamento adequado por gravidade.
Cuidados Contra Infecção no Uso do Cateter Vesical de Demora
O uso prolongado de cateter vesical pode aumentar o risco de infecções do trato urinário (ITU), principalmente as infecções associadas ao cateter (ITUC). Portanto, é essencial seguir uma série de cuidados preventivos:
1. Higiene das Mãos
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Profissionais de saúde e cuidadores devem lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel antes e depois de manipular o cateter ou a bolsa coletora de urina.
2. Técnica Asséptica na Inserção
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O cateter deve ser inserido utilizando técnica estéril e equipamento adequado, minimizando a introdução de bactérias no trato urinário.
3. Cuidados com o Cateter e a Bolsa Coletora
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Troca e Manutenção: Trocar o cateter de Foley conforme o protocolo institucional ou sempre que houver sinais de contaminação, obstrução ou deterioração.
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Posicionamento da Bolsa Coletora: Manter a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga para evitar refluxo de urina, que pode introduzir bactérias na bexiga.
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Esvaziamento da Bolsa: A bolsa coletora deve ser esvaziada regularmente, com uma técnica limpa, evitando que a urina residual fique muito tempo no sistema.
4. Cuidados com o Balonete
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Verificar periodicamente a pressão do balonete para garantir que não haja excesso de pressão sobre a mucosa da bexiga, o que pode causar isquemia e aumentar o risco de infecção.
5. Monitoramento de Sinais de Infecção
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Inspeção diária do local de inserção do cateter e monitoramento de sinais de infecção, como:
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Vermelhidão, calor, inchaço ou secreção na uretra.
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Mudanças na cor ou odor da urina.
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Febre ou desconforto abdominal, que podem indicar uma infecção do trato urinário.
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6. Hidratação Adequada
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Incentivar o paciente a manter uma hidratação adequada para ajudar a "lavar" as vias urinárias, reduzindo o risco de infecções.
7. Remoção do Cateter Assim que Possível
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O cateter vesical de demora deve ser removido assim que não for mais necessário. A remoção precoce é uma das medidas mais eficazes para prevenir infecções do trato urinário.
Conclusão
O cateter vesical de demora é uma ferramenta essencial em cirurgias e cuidados intensivos, permitindo o controle eficaz da diurese e da função renal. No entanto, seu uso exige cuidados rigorosos para prevenir infecções, incluindo a higienização adequada, técnicas estéreis durante a inserção, manutenção e monitoramento contínuo. O uso racional do cateter e a sua remoção precoce são estratégias fundamentais na prevenção de complicações.