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DISPOSITIVOS

DISPOSITIVOS - Derivação Ventricular Externa - DVE

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Punção Veia Periférica 

Punção de Veia Periférica em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos contra Infecção

A punção de veia periférica é um procedimento médico comum realizado para estabelecer acesso venoso em pacientes, especialmente durante cirurgias. Esse acesso permite a administração de fluidos, medicamentos, transfusões sanguíneas e coleta de amostras sanguíneas para exames laboratoriais.

Descrição da Punção de Veia Periférica

A punção de veia periférica envolve a inserção de uma agulha em uma veia localizada na periferia do corpo, geralmente nos membros superiores, como a mão, antebraço ou braço. Durante cirurgias, esse acesso é crucial para monitoramento contínuo e intervenção rápida em caso de necessidade.

Como a Punção de Veia Periférica é Realizada

O procedimento de punção de veia periférica segue etapas específicas para garantir eficácia e segurança:

  1. Preparação do Paciente e Materiais:

    • Consentimento Informado: Sempre que possível, obter o consentimento do paciente.

    • Materiais Necessários: Agulha estéril (geralmente calibre 18-22G), cateter venoso periférico, antisséptico (como clorexidina ou álcool 70%), gaze estéril, esparadrapo ou curativo adesivo, luvas estéreis e um torniquete.

  2. Higiene das Mãos e Uso de Equipamentos de Proteção:

    • Lavar as mãos adequadamente e utilizar luvas estéreis para prevenir infecções.

  3. Seleção da Veia:

    • Preferencialmente veias acessíveis e de fácil palpação, geralmente no dorso da mão ou no antebraço.

    • Evitar áreas com sinais de inflamação, cicatrizes ou hematomas.

  4. Aplicação do Torniquete:

    • Posicionar o torniquete acima do local escolhido para dilatar a veia e facilitar a visualização e palpação.

  5. Assepsia da Área:

    • Limpar a área com antisséptico em movimentos circulares de dentro para fora, deixando secar naturalmente para maximizar a eficácia antimicrobiana.

  6. Inserção da Agulha:

    • Inclinar o paciente de forma a facilitar a extensão da veia.

    • Inserir a agulha em um ângulo de aproximadamente 15-30 graus em relação à pele, seguindo a direção da veia.

    • Confirmar a presença de retorno sanguíneo no dispositivo de coleta.

  7. Fixação do Cateter:

    • Uma vez confirmada a posição correta, avançar o cateter sobre a agulha na veia.

    • Remover a agulha com cuidado e fixar o cateter no local com esparadrapo ou curativo adesivo, evitando movimentação excessiva.

  8. Conexão e Verificação:

    • Conectar o cateter ao sistema de infusão ou dispositivo necessário e verificar a permeabilidade do acesso.

Cuidados Preventivos Contra Infecção na Punção de Veia Periférica

A prevenção de infecções relacionadas à punção venosa é essencial para garantir a segurança do paciente. As principais medidas incluem:

  1. Asepsia Rigorosa:

    • Higienização das Mãos: Lavagem adequada das mãos antes e após o procedimento.

    • Uso de Luvas Estéreis: Minimizar o risco de contaminação cruzada.

  2. Desinfecção Adequada da Pele:

    • Utilizar antissépticos eficazes, como clorexidina a 2% em álcool 70%, para limpar a área de inserção.

    • Permitir que a área seque completamente antes da inserção da agulha.

  3. Uso de Materiais Estéreis:

    • Garantir que todos os materiais utilizados sejam estéreis e descartáveis.

  4. Técnica Asséptica na Inserção:

    • Evitar tocar a agulha ou o cateter com as mãos ou com partes não estéreis do corpo durante o procedimento.

  5. Fixação Adequada do Cateter:

    • Utilizar dispositivos de fixação apropriados para prevenir deslocamentos e minimizar a entrada de microrganismos.

  6. Troca Regular do Curativo:

    • Substituir o curativo conforme protocolo institucional ou sempre que estiver sujo ou molhado.

    • Utilizar técnica asséptica durante a troca.

  7. Monitoramento Contínuo:

    • Inspecionar regularmente o local de punção para sinais de infecção, como vermelhidão, calor, inchaço ou secreção.

    • Remover o acesso venoso assim que não for mais necessário para reduzir riscos.

  8. Educação e Treinamento da Equipe:

    • Garantir que todos os profissionais de saúde envolvidos no procedimento estejam treinados nas melhores práticas de prevenção de infecções.

  9. Uso de Antissépticos de Longa Duração:

    • Considerar o uso de curativos impregnados com agentes antimicrobianos para reduzir o risco de infecção.

Conclusão

A punção de veia periférica é uma técnica fundamental em ambientes cirúrgicos, permitindo intervenções rápidas e eficientes. A observância rigorosa das práticas de assepsia e os cuidados preventivos contra infecção são essenciais para garantir a segurança do paciente e o sucesso do procedimento. A adoção de protocolos padronizados e a capacitação contínua da equipe de saúde são pilares para minimizar complicações associadas ao acesso venoso periférico.

Intubação Orotraqueal

Intubação Orotraqueal em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados

A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento crítico utilizado em cirurgias para garantir a permeabilidade das vias aéreas e permitir ventilação mecânica adequada. Durante a intubação orotraqueal, um tubo é inserido pela boca até a traqueia, permitindo que os pulmões sejam ventilados de forma controlada, especialmente em situações onde a respiração espontânea está comprometida, como anestesia geral.

Descrição da Intubação Orotraqueal

Esse procedimento é feito em diversas circunstâncias clínicas, incluindo:

  • Cirurgias sob anestesia geral, onde a capacidade de respirar espontaneamente é suprimida.

  • Emergências médicas, como trauma ou parada cardiorrespiratória, onde a ventilação está comprometida.

O objetivo é manter a via aérea patente, assegurar a ventilação adequada e prevenir a aspiração de secreções ou conteúdo gástrico.

Como a Intubação Orotraqueal é Realizada

O processo de intubação orotraqueal segue etapas rigorosas para garantir a segurança e a eficácia:

  1. Preparação do Paciente:

    • O paciente deve estar em uma posição adequada, geralmente com o pescoço estendido e a cabeça levemente inclinada para trás ("posição de cheirar o céu"), a fim de alinhar os eixos oral, faríngeo e laríngeo.

    • A administração de sedativos e bloqueadores neuromusculares é realizada para garantir que o paciente não esteja consciente e que os músculos respiratórios estejam relaxados.

  2. Material Necessário:

    • Tubo endotraqueal (de acordo com o tamanho do paciente).

    • Laringoscópio (dispositivo com lâmina e luz para visualização das cordas vocais).

    • Seringa para inflar o balonete do tubo endotraqueal.

    • Estetoscópio, para verificação da posição correta do tubo.

    • Fonte de oxigênio e ventilador mecânico.

    • Dispositivos auxiliares em caso de dificuldade, como videolaringoscópio ou buggie.

  3. Visualização e Inserção do Tubo Endotraqueal:

    • Com o laringoscópio, o profissional de saúde levanta a língua e o epiglote para visualizar as cordas vocais.

    • O tubo endotraqueal é inserido cuidadosamente através das cordas vocais até a traqueia.

    • Uma vez inserido, o balonete (um pequeno "balão" no final do tubo) é inflado para manter o tubo fixo e evitar aspirações.

  4. Confirmação da Posição do Tubo:

    • Após a inserção, a posição do tubo é verificada através de métodos como:

      • Ausculta torácica e abdominal: Para assegurar que o ar esteja entrando de forma correta nos pulmões.

      • Capnografia: Verifica a presença de dióxido de carbono expirado, confirmando a posição correta na traqueia.

      • Radiografia de tórax: Pode ser usada para confirmar a localização do tubo, especialmente em situações críticas.

  5. Fixação do Tubo:

    • O tubo endotraqueal é fixado para evitar deslocamentos durante o procedimento cirúrgico.

Cuidados com a Intubação Orotraqueal

Alguns cuidados são essenciais para evitar complicações associadas à intubação:

  1. Assepsia:

    • Utilização de técnicas assépticas para minimizar o risco de infecções respiratórias.

  2. Verificação Periódica da Posição:

    • Monitoramento contínuo para garantir que o tubo não tenha se deslocado (deslocamentos podem levar à intubação esofágica acidental, hipoxia ou até lesões pulmonares).

  3. Manutenção da Pressão do Balonete:

    • A pressão do balonete deve ser monitorada para evitar lesões na traqueia (excesso de pressão pode causar isquemia da mucosa traqueal).

  4. Monitoramento Respiratório:

    • Monitorização constante da ventilação e dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue do paciente, utilizando capnografia e oximetria.

  5. Prevenção de Lesões Traqueais:

    • Evitar manipulação excessiva ou prolongada da via aérea para prevenir lesões.

Intubação Difícil e Dispositivos Auxiliares

A intubação difícil ocorre quando, mesmo com as técnicas adequadas, a visualização das cordas vocais ou a inserção do tubo na traqueia se torna complicada, o que pode acontecer devido a fatores anatômicos, como obesidade, pescoço curto, ou traumas. Nesses casos, alguns dispositivos auxiliares são utilizados:

1. Videolaringoscópio

O videolaringoscópio é um dispositivo avançado utilizado para facilitar a intubação difícil, oferecendo uma visão clara das vias aéreas e das cordas vocais por meio de uma câmera conectada à lâmina do laringoscópio. A imagem é exibida em uma tela, permitindo melhor visualização em casos de difícil acesso.

Vantagens do Videolaringoscópio:

  • Fornece uma visão direta da laringe e das cordas vocais, mesmo em situações onde a anatomia do paciente dificulta o uso de um laringoscópio tradicional.

  • Aumenta a taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação.

  • Diminui o risco de lesões na via aérea.

Quando Usar:

  • Situações de intubação difícil (pacientes com traumas faciais, pescoço curto, obesidade, entre outros).

  • Pacientes com histórico de intubação complicada em procedimentos anteriores.

2. Buggie (Estilete de Buggie)

O buggie, também conhecido como estilete ou guia elástico, é um dispositivo flexível utilizado para auxiliar na inserção do tubo endotraqueal em casos de visualização incompleta das cordas vocais. Ele é inserido primeiro na traqueia, servindo como guia para o tubo endotraqueal.

Vantagens do Buggie:

  • Útil em situações em que as cordas vocais não podem ser completamente visualizadas.

  • Proporciona um guia firme e flexível que ajuda a direcionar o tubo endotraqueal para a traqueia.

Como Funciona:

  • O buggie é inserido através das cordas vocais, com sua ponta distal sendo desenhada para "sentir" os anéis traqueais.

  • Uma vez posicionado corretamente, o tubo endotraqueal é deslizado sobre o buggie e inserido na traqueia.

Quando Usar:

  • Quando há visualização parcial das cordas vocais.

  • Como método auxiliar em intubações difíceis para guiar a inserção do tubo endotraqueal.

Conclusão

A intubação orotraqueal é um procedimento essencial em cirurgias para manter a ventilação adequada e proteger as vias aéreas. Em casos de intubação difícil, dispositivos como o videolaringoscópio e o buggie desempenham um papel vital, oferecendo alternativas seguras e eficazes para alcançar o sucesso do procedimento, minimizando o risco de complicações.

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Punção Arterial Média - PAM

Punção Arterial Média (PAM) em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos

A Punção Arterial Média (PAM) é um procedimento utilizado em cirurgias e em cuidados intensivos para medir, em tempo real, a pressão arterial invasiva e fornecer acesso arterial para colheita de amostras de sangue arterial, como para análises de gases sanguíneos. A pressão arterial média (PAM) é uma métrica importante que reflete a perfusão dos órgãos, e seu monitoramento é essencial em pacientes críticos e durante procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.

Descrição da Punção Arterial Média (PAM)

A pressão arterial média (PAM) é um valor que representa a pressão média nas artérias durante um ciclo cardíaco completo. É calculada a partir da pressão arterial sistólica e diastólica, com a seguinte fórmula aproximada:

PAM=PAD+(PAS−PAD)3\text{PAM} = \text{PAD} + \frac{(\text{PAS} - \text{PAD})}{3}PAM=PAD+3(PAS−PAD)​

Onde:

  • PAD é a pressão arterial diastólica.

  • PAS é a pressão arterial sistólica.

O objetivo da punção arterial em cirurgias é permitir o monitoramento contínuo e invasivo da pressão arterial, o que é mais preciso do que os métodos não invasivos (como o manguito de pressão). Esse monitoramento ajuda na tomada de decisões intraoperatórias, como o ajuste de medicamentos vasoativos, que afetam a pressão arterial.

Como a Punção Arterial é Realizada

O procedimento de punção arterial é realizado por profissionais habilitados, geralmente anestesistas ou intensivistas, utilizando uma técnica estéril para minimizar o risco de infecções. O acesso arterial é geralmente feito em artérias de fácil localização e que permitam uma punção segura e monitoramento contínuo, como:

  • Artéria radial (local mais comum).

  • Artéria femoral.

  • Artéria braquial.

Etapas do Procedimento de Punção Arterial

  1. Identificação da Artéria:

    • A artéria radial é a escolha mais comum. O local da punção é geralmente no pulso, onde a artéria radial corre próxima à superfície.

    • Em alguns casos, a artéria femoral ou braquial pode ser utilizada, dependendo do estado do paciente ou da dificuldade de acesso.

  2. Preparação Estéril:

    • O local da punção é limpo com uma solução antisséptica, como clorexidina ou álcool iodado.

    • As mãos do profissional e todos os instrumentos utilizados devem estar esterilizados, e o uso de luvas, campos cirúrgicos estéreis e aventais é obrigatório.

  3. Anestesia Local (Opcional):

    • Uma pequena quantidade de anestésico local pode ser injetada na área de inserção para minimizar o desconforto, embora o procedimento seja rápido e muitas vezes realizado sem anestesia.

  4. Punção Arterial:

    • Utilizando uma agulha fina e especial para punção arterial, o médico insere a agulha na artéria escolhida. Após a identificação da artéria, uma cânula (cateter arterial) é inserida, e a agulha guia é removida, deixando o cateter no interior da artéria.

    • A confirmação da punção é feita pela visualização de fluxo pulsátil de sangue arterial no tubo da seringa, característico da alta pressão arterial.

  5. Conexão ao Transdutor de Pressão:

    • O cateter arterial é então conectado a um sistema de transdutor de pressão, que transforma as variações de pressão dentro da artéria em sinais elétricos, transmitidos a um monitor.

    • Este monitor exibe valores contínuos de pressão arterial (sistólica, diastólica e média), permitindo o acompanhamento em tempo real da hemodinâmica do paciente.

  6. Fixação do Cateter:

    • O cateter é fixado ao local da punção com curativo estéril e seguro para evitar deslocamento ou contaminação.

    • O cateter também pode ser conectado a uma linha de solução salina heparinizada, para manter o sistema patente e prevenir coágulos.

Cuidados Contra Infecção na Punção Arterial

Como qualquer acesso invasivo, a punção arterial está associada ao risco de infecções. Algumas estratégias são essenciais para minimizar esse risco:

1. Técnica Asséptica

  • Utilizar uma técnica rigorosamente estéril é fundamental. Isso inclui o uso de luvas estéreis, campo estéril, seringas e cateteres estéreis.

  • A antissepsia adequada da pele no local da punção com clorexidina ou outro antisséptico é obrigatória.

2. Monitoramento do Local da Punção

  • O local da inserção do cateter arterial deve ser monitorado regularmente quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor, secreção ou calor local.

  • A troca do curativo deve ser feita com técnica estéril sempre que necessário (se sujo ou molhado) e de acordo com os protocolos hospitalares.

3. Manutenção de Linha Fechada

  • As linhas de pressão conectadas ao cateter arterial devem permanecer em sistema fechado para evitar contaminação. Manter a linha de solução heparinizada é essencial para evitar oclusão do cateter, mas deve-se garantir que não haja desconexão inadvertida do sistema.

4. Higiene das Mãos

  • A higiene das mãos é uma das medidas mais eficazes na prevenção de infecções. Deve ser feita antes e após o manuseio do cateter arterial.

5. Troca Periódica do Cateter

  • Embora o cateter arterial possa permanecer por alguns dias, ele deve ser substituído periodicamente para minimizar o risco de infecção, de acordo com os protocolos hospitalares.

  • Em geral, se houver sinais de infecção, a remoção do cateter é imediata, e medidas terapêuticas, como antibióticos, são consideradas.

6. Limpeza e Esterilização dos Equipamentos

  • Os sistemas de monitoramento (transdutores e monitores) devem ser limpos e esterilizados entre os pacientes, e todos os dispositivos devem ser manipulados de maneira higiênica.

Complicações Possíveis da Punção Arterial

Além das infecções, outras complicações associadas à punção arterial podem incluir:

  • Hematoma: Acúmulo de sangue no local da punção, especialmente se houver falha no controle da hemostasia ou se a artéria for lesionada durante a punção.

  • Trombose Arterial: A formação de coágulos pode ocorrer no cateter, bloqueando o fluxo sanguíneo na artéria. O uso de soluções heparinizadas ajuda a prevenir essa complicação.

  • Isquemia: Em casos raros, pode ocorrer diminuição do fluxo sanguíneo para a extremidade se o cateter bloquear o fluxo arterial ou se houver trombose.

Conclusão

A punção arterial média (PAM) é um procedimento essencial em cirurgias e cuidados críticos para o monitoramento contínuo da pressão arterial invasiva. Embora seja um procedimento relativamente simples, é crucial seguir técnicas assépticas rigorosas para prevenir infecções e outras complicações. O acompanhamento contínuo do local de inserção e a manutenção adequada do sistema são fundamentais para garantir a segurança do paciente.

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Cateter Vesical de Demora

Cateter Vesical de Demora em Cirurgias: Descrição, Procedimento e Cuidados Preventivos

O cateter vesical de demora, também chamado de cateter de Foley, é um tubo flexível inserido na uretra até a bexiga para drenar a urina de maneira contínua. Esse tipo de cateter é utilizado em procedimentos cirúrgicos ou em pacientes que necessitam de controle do esvaziamento vesical por um período prolongado.

Descrição do Cateter Vesical de Demora

  • Indicações:

    • Durante cirurgias longas, para monitorar a diurese do paciente.

    • Em situações em que o paciente não pode urinar espontaneamente (por exemplo, após anestesia geral).

    • Em pacientes com retenção urinária aguda ou crônica.

    • Em casos de monitoramento rigoroso do balanço hídrico no pós-operatório.

Como o Cateter Vesical de Demora é Inserido

O procedimento de inserção de um cateter vesical de demora envolve várias etapas para garantir a segurança do paciente e prevenir infecções:

1. Preparação e Materiais Necessários

  • Materiais: Cateter de Foley do tamanho adequado (geralmente entre 14-18 Fr para adultos), luvas estéreis, solução antisséptica (como clorexidina), lubrificante hidrossolúvel, seringa para inflar o balonete com água estéril, bolsa coletora de urina estéril e gazes estéreis.

  • Higiene das mãos e assepsia: Lavar as mãos adequadamente e utilizar luvas estéreis para evitar contaminação.

2. Posicionamento do Paciente

  • O paciente deve estar deitado em posição dorsal, com as pernas ligeiramente afastadas para facilitar o acesso à área genital.

  • Para mulheres, a região púbica e os lábios vaginais são expostos suavemente.

  • Para homens, o pênis é segurado em posição perpendicular ao corpo para facilitar a visualização da uretra.

3. Antissepsia

  • A área genital é limpa com uma solução antisséptica em movimentos circulares de dentro para fora, assegurando que toda a área da uretra seja higienizada.

  • Permitir que a área seque naturalmente.

4. Lubrificação e Inserção do Cateter

  • O cateter vesical de Foley é lubrificado na ponta para facilitar a inserção e minimizar o desconforto.

  • Para homens, o cateter é inserido com o pênis em posição ereta e para mulheres, os lábios são separados para visualizar a uretra.

  • O cateter é inserido suavemente até que a urina comece a fluir, indicando que a bexiga foi alcançada.

  • Após o fluxo de urina, o balonete na extremidade do cateter é inflado com água estéril para manter o cateter no lugar dentro da bexiga.

5. Fixação e Conexão da Bolsa Coletora

  • O cateter é então conectado à bolsa coletora de urina e fixado à perna ou abdome do paciente, para evitar movimentos que possam causar desconforto ou deslocamento.

  • A bolsa coletora é posicionada abaixo do nível da bexiga para permitir o esvaziamento adequado por gravidade.

Cuidados Contra Infecção no Uso do Cateter Vesical de Demora

O uso prolongado de cateter vesical pode aumentar o risco de infecções do trato urinário (ITU), principalmente as infecções associadas ao cateter (ITUC). Portanto, é essencial seguir uma série de cuidados preventivos:

1. Higiene das Mãos

  • Profissionais de saúde e cuidadores devem lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel antes e depois de manipular o cateter ou a bolsa coletora de urina.

2. Técnica Asséptica na Inserção

  • O cateter deve ser inserido utilizando técnica estéril e equipamento adequado, minimizando a introdução de bactérias no trato urinário.

3. Cuidados com o Cateter e a Bolsa Coletora

  • Troca e Manutenção: Trocar o cateter de Foley conforme o protocolo institucional ou sempre que houver sinais de contaminação, obstrução ou deterioração.

  • Posicionamento da Bolsa Coletora: Manter a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga para evitar refluxo de urina, que pode introduzir bactérias na bexiga.

  • Esvaziamento da Bolsa: A bolsa coletora deve ser esvaziada regularmente, com uma técnica limpa, evitando que a urina residual fique muito tempo no sistema.

4. Cuidados com o Balonete

  • Verificar periodicamente a pressão do balonete para garantir que não haja excesso de pressão sobre a mucosa da bexiga, o que pode causar isquemia e aumentar o risco de infecção.

5. Monitoramento de Sinais de Infecção

  • Inspeção diária do local de inserção do cateter e monitoramento de sinais de infecção, como:

    • Vermelhidão, calor, inchaço ou secreção na uretra.

    • Mudanças na cor ou odor da urina.

    • Febre ou desconforto abdominal, que podem indicar uma infecção do trato urinário.

6. Hidratação Adequada

  • Incentivar o paciente a manter uma hidratação adequada para ajudar a "lavar" as vias urinárias, reduzindo o risco de infecções.

7. Remoção do Cateter Assim que Possível

  • O cateter vesical de demora deve ser removido assim que não for mais necessário. A remoção precoce é uma das medidas mais eficazes para prevenir infecções do trato urinário.

Conclusão

O cateter vesical de demora é uma ferramenta essencial em cirurgias e cuidados intensivos, permitindo o controle eficaz da diurese e da função renal. No entanto, seu uso exige cuidados rigorosos para prevenir infecções, incluindo a higienização adequada, técnicas estéreis durante a inserção, manutenção e monitoramento contínuo. O uso racional do cateter e a sua remoção precoce são estratégias fundamentais na prevenção de complicações.

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